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Opinião

A Ascensão das Classes Mais Pobres e o Perigo para a Revolução Proletária

Alia Ferreira

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A recente ascensão das classes mais pobres e o fortalecimento da classe média no Brasil e em outros países emergentes têm suscitado debates intensos sobre as implicações sociais e políticas desse fenômeno. Para muitos, incluindo pensadores marxistas, essa dinâmica representa um perigo real para o levante revolucionário do proletariado.

A classe burguesa, especialmente aqueles no poder, frequentemente argumenta que a tradicional classe proletária está em extinção e que a maioria da população agora se encontra na classe média. Mas qual é o problema dessa visão?

O Contexto Histórico das Lutas de Classes
As lutas de classes remontam à Idade Média, quando reis e burgueses dominavam as massas trabalhadoras, frequentemente através de métodos autoritários e violentos. Filósofos como Karl Marx e Friedrich Engels introduziram o conceito de luta de classes para descrever esses conflitos entre os membros das classes dominantes e os trabalhadores. Para Marx, essas lutas eram um motor essencial das revoluções ao longo da história. Ele dividiu a sociedade em proprietários (a burguesia) e trabalhadores (o proletariado), estes últimos sendo os únicos verdadeiros produtores de valor.

A Posição Cômoda da Classe Média
No contexto atual, a classe média ocupa uma posição intermediária: não são proprietários dos meios de produção, mas também não se identificam como proletários. Este grupo frequentemente almeja ascender à classe alta e, nesse processo, tende a desprezar as lutas dos trabalhadores de baixa renda. A maioria dos indivíduos da classe média não se envolve profundamente em questões políticas, acreditando que o sistema atual os guiará ao próximo nível social.

A Derrota da Revolução Proletária
Quando trabalhadores de baixa renda, que Marx classificaria como proletários, começam a se ver como classe média devido à aquisição de bens de consumo, isso enfraquece a consciência de classe essencial para uma revolução proletária. A frase da canção da Irmandade Brasmorra, “povo ignorante nunca faz revolução”, capta bem a situação atual: uma classe proletária que foi desvirtuada pelo sistema, crendo falsamente que pertence à classe média.

Reflexão
Marilena Chauí, uma respeitada filósofa brasileira, argumenta de forma contundente sobre a classe média: “A classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante. Fim!”. Sua crítica aponta para a complacência e a falta de consciência política desse grupo, que contribui para a manutenção do status quo e impede mudanças sociais significativas.

Concluindo
A ascensão das classes mais pobres à classe média, longe de ser uma vitória social, pode ser vista como uma derrota para a luta revolucionária do proletariado. Essa nova classe média, muitas vezes despolitizada e iludida pelo consumo, perpetua a estrutura de poder existente e dificulta a mobilização necessária para uma verdadeira transformação social. Para os defensores de uma revolução proletária, o desafio é despertar a consciência de classe e resgatar a solidariedade entre os trabalhadores. Somente assim será possível reverter esse cenário e retomar o caminho para uma sociedade mais justa e igualitária.

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