Ismael no palanque de Ubaldino é o PT de Valente onde merece estar

Por Eduardo Frederico

É doloroso assistir o PT de Valente, que um dia representou esperança e mudança lamber os pés de Ubaldino.
O partido que nasceu das ruas, que ergueu bandeiras em nome do povo e das causas justas, agora se desfaz de suas convicções como quem joga fora o que já não lhe serve mais. A promessa de integridade, de transformação e de uma política voltada para o bem comum, foi vendida ao preço de cargos, acordos e privilégios. E nós, que acreditávamos, somos descartáveis e insignificantes.
Piora a coisa o fato de ver parte dos petistas agindo como gados seguindo felizes e “inocentes” os líderes rumo ao despenhadeiro.
A vergonha de testemunhar esse espetáculo de cinismo pesa, pois sabemos que cada renúncia de seus ideais não é só um abandono de sua história, mas um abandono de quem acreditou que as coisas poderiam ser diferentes.
Não são.
Quando não quisemos ver lá atrás os apaebanos com meses de salários atrasados e os chefes cada vez mais ricos não imaginávamos o dia de ontem.
Mas, eu estou errado – como sempre – de mostrar o que os olhos de todos estão vendo.

Coitado de Ismael

Ele já foi um gigante, um ídolo que inspirava multidões. A cada passo, parecia indestrutível, alguém que jamais cairia. Mas o tempo foi cruel, e suas escolhas, ainda mais. Aos poucos, ele desceu ao fundo do poço, vítima de suas próprias fraquezas, erros e vaidades. As luzes que antes o seguiam se apagaram, e o brilho de sua glória se transformou em sombras. Agora, do palanque de Ubaldino finge estar bem, disfarça o vazio com sorrisos ensaiados e declarações constrangedoras. Mas aqueles que o admiravam sabem a verdade: por trás da máscara habita o desespero de alguém que perdeu a si mesmo. O eco de suas mentiras é alto demais para ser ignorado, e a vergonha que ele deveria sentir… ele escolheu enterrar junto com sua história.

Em tempo:
“Há uma angústia profunda em quem dedica a vida a buscar a verdade e vê, diante de si, um povo que escolhe fechar os olhos para ela. Sou um jornalista já meio cansado que luta contra a maré da desinformação e do conformismo, tentando iluminar com palavras aquilo que muitos se recusam a enxergar. Cada fato investigado, cada denúncia revelada, parece ser sufocado pela indiferença ou distorcido por interesses alheios à realidade.
A desesperança surge não pela falta de fatos, mas pela ausência de quem não compactue com os erros e tenha coragem de enfrentá-los.”

Pobre Valente…