Isso é só o fim!

Por Eduardo Frederico

Nas regras jornalísticas é primordial o respeito ao fato. Este não se dá somente no tempo presente e sim num contexto histórico em que o profissional de imprensa deve estar atento.

Imagine uma cena em que a esposa mata o marido. O repórter desatento vai mostrar um corpo sem vida, a criminosa e nada mais. Bastava um pouco mais de tempo e de sensibilidade e se quisesse poderia ver que a mulher havia sido currada, espancada e num ato de defesa matado o seu agressor.

A foto que ilustra este texto tem esta mesma dinâmica.

É aquela foto da amante com o marido que acabara de roubar e cruelmente humilha a esposa postando nas redes sociais.

A esposa neste caso são os muitos valentenses que deram literalmente seu sangue num projeto que acreditavam. 

Esqueçam Lula e Alckmin, uma sujeira não limpa outra.

A política de Valente precisa de uma reflexão urgente.

Não pode ser de qualquer jeito.

Só primos é de um reducionismo escroto

Esta foto de Ismael e Arnaldo mostra o desprezo pela militância petista humilhada em 2020. Aquela escrachada e ridicularizada após o maior vexame da história de Valente e que tem tudo para se repetir e aumentar em 2024.

Não é a foto em si.

É aquela falta de consideração com os militantes que ultrapassa o deboche de Arnaldo Amaral ao pedir “primo, vamos tirar uma foto aqui para brincar com a turma”.

Não é uma brincadeira, Arnaldo. 

Ismael e a sua trope passaram os últimos 20 anos ensinando aos apaebanos e militantes de esquerda que vocês do lado de Ubaldino não prestavam. Que era uma luta do bem contra o mal.

É aceitável que até que pela tal relação consanguínea seja impossível evitar encontros “familiares”. Mas pelo menos agora em ano eleitoral que tem gente sofrendo e na expectativa de vitória das esquerdas, aproximações deveriam ser evitadas.

O bom é que agora todo mundo sabe que foi escalado para palhaços desse circo chamado Valente.

Malandro é malandro e mané é mané

O poder do mal é intangível.

O mal se agiganta.

Ver alguns pobres coitados defendendo a normalidade desta fotografia é algo quase tão pior do que a foto em si. É a turma do bote devagarzinho chefinho, da que aceita até que o chefe “coma” a sua esposa e filha, que finge que não vê o chefe passando a mão na bunda da sua mãe e etc.

Quero perguntar a turma que acha tudo normal o seguinte:

Quem ganhou alguma coisa até aqui com esta pataquada toda?

Porque 99% continuam com as calças arriadas esperando um salário-mínimo de consolo enquanto assiste a décadas o 1% que sobra desfilarem com seus carrões e seus filhos também e vai caminhar até para netos que herdam o filé.

E assistir esta nova geração – filhos  e netos – não dar um esporro nos pais me decepciona mais ainda. O mal vem por DNA também.

Que mudanças sociais Valente enfrentou nos últimos tempos mesmo?

Moto perpétuo

O moto perpétuo é uma teoria da física que imagina uma máquina que com apenas um impulso inicial entraria em movimento e nunca pararia, a não ser que uma força externa o fizesse parar.

Até hoje isso se mostrou impossível. Esta máquina não existe.

Mas na sociedade isso tem se mostrado possível, sim.

Cheguei a Valente em 2009 e desde lá a política continua mantendo os ricos e os pobres no mesmo lugar. 

As peças devidamente colocadas nos seus confortáveis lugares. 

As que representam a burguesia são coladas na caixa, mas as que se dizem defensoras dos mais pobres viradas de cabeça para baixo.

Pobre Valente…