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Sem o Hangar Valente parece uma selva

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Por Eduardo Frederico

Estive duas vezes na floresta Amazônica. Uma a trabalho e outra a passeio. Não gostei de nenhuma das duas.

Em ambas eu me deslocava de barco entre Manaus e a selva turística – cheia de preocupações com seguranças do homem branco.

Em Manaus, do alto do prédio do hotel, eu via a cidade e a selva. Coincidentemente via também o luxuoso teatro municipal construído séculos atrás pelos barões da borracha e no horizonte a mata com macacos e onças. 

A noite eu curti vários eventos e shows feitos para turista ver, porque 99% da população de Manaus é miserável e não pode frequentar estes lugares. Aliás, o povo de Manaus está lá, só que nas cozinhas, atendimentos, seguranças e serviços gerais.

Fora estes lugares de festa para o povo de fora se divertir, sobra bem pouco de não-selva em Manaus. No máximo bares, como em Valente.

O Hangar é emprego e não festa para o valentense

Valente e Manaus são bastante similares se observando pelo ângulo citado acima.

Como já foi dito publicamente pelos organizadores do evento, uma parcela bem pequena do público é do próprio município.

Os motivos são os mesmos de Manaus. Pobreza, pobreza, pobreza e pouca identificação com um mundo que foge do habitual, fruto de uma péssima educação pública.

Então, com a despedida do Hangar, lá se vão empregos temporários que injetam significativas cifras na economia local.

Sem dúvidas o Hangar não é para o bico do valentense, mas era para os braços e pernas suados carentes de dinheiro para o próprio sustento e que serviam ao povo com dinheiro de fora durante a festa.

Políticas públicas dialogando

As palavras duras ditas neste texto humilham, porém são aquelas necessárias para que a ideia escravocrata não perdure para sempre em Valente.

É importante se pensar fora da área gourmet dos mais abonados valentenses.

O Hangar se mostrou simbólico e histórico.

Começou lá atrás em uma Valente que não tinha emprego e que precisava de uma festa – não para se divertir – mas para gerar empregos. O povo do município trabalha quando e onde deveria estar se divertindo.

Hoje, 14 anos depois, a miséria continua igualzinha e sem o Hangar Valente vai virar algo muito próximo a uma selva com bares.

É hora de falar sério ou pedir para sair, não querer voltar ou nem tentar entrar.

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