Politica
Um Natal farto para os escrotos e magro para os bons
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Por Eduardo Frederico
As redes sociais viraram uma janela cruel do mundo.
O gente boa com algum dinheiro alega que suas posses são fruto de ajuda divina e assim agradecem sem constrangimento com sonoros “Obrigado, meu Deus!”, “Deus é bom!”, “Deus é fiel!” e etc. Enquanto isso, os esquecidos por este tal deus injusto mostram quando muito cervejas baratas e churrasquinhos de gato.
Nos agradecimentos lhes resta um esperançoso “Feliz Natal a todos! Saúde e paz…”
Mas é para comemorar o quê?
Crueldade prazerosa
Li uma vez sobre um tal François Furet que dizia que já não é permitido a nenhuma pessoa responsável ignorar que as mentiras deformam gravemente a percepção da realidade. Isso nas grandes e nas pequenas coisas, na esfera da política, na moral e até dos sentimentos.
Na região do sisal eu vejo isso quase em todo lugar e claramente em Valente e em Conceição do Coité. Nestes dois municípios isso transparece principalmente nas atitudes das lideranças em geral, mas com diferentes graus de nitidez a depender de qual área se olhe. Em certos casos é preciso cavar fundo, em outros a perversão se evidencia logo ao primeiro exame, só permanecendo invisível ao próprio indivíduo que a ostenta e aos membros do seu círculo que padecem do mesmo modus operandi.
Herdeiros do mal
Como é regra geral nas duas cidades, as lideranças nunca revelam suas verdadeiras intenções. Por isso, entendo que a amostra mais reveladora da política no sisal é a confusão ideológica de ex-aliados. Se observa uma corrida desesperada aos subterfúgios, às desculpinhas e as enrolações mais alucinante dos poderosos e seus cabos eleitorais que se esmeram em exibir, não só com despudor, mas com orgulho obsceno, toda a feiúra e sujeira das suas almas investidas em transformar a mais suja mentira numa dádiva dos céus para o cidadão.
O diabo faria igual
Juro que eu tento entender estes pombos sujos. No entanto, é irresistível, diante da estranheza do fenômeno, investigar o que poderia tê-los causado.
É o que farei nos próximos artigos. A coisa é muito mais reveladora do que o leitor pode imaginar à primeira vista.
Em tempo — Eu seria o último a supor que o citado fingimento seria premeditado: que este teatro não precisa deformar-se de novo e de novo para cada encenação subseqüente não deixando espaço para que o ator perceba algum hiato entre o personagem representado e a sua condição real de pessoa humana. É por isso que, diante destas condutas vergonhosas eu me perco por completo nos critérios psicológicos de distinção entre a sinceridade e a hipocrisia.
Feliz Natal para o bom e que o ruim tenha o Natal que merece!
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