Opinião
Vou esquecer o marketing e me dedicar a feitiçaria eleitoral
Por Eduardo Frederico
Meus clientes estão cansados de queimar dinheiro em santinhos e jingles que ninguém ouve. Então decidi largar o marketing eleitoral e abraçar uma estratégia mais antiga e, possivelmente, mais eficaz: feitiçaria. Afinal, se é para fazer mágica nas campanhas, por que não fazer magia de verdade?
Balacubaco
Esqueça as pesquisas de opinião e as reuniões intermináveis com que enchem o saco. Agora, com um caldeirão, um grimório antigo e umas galinhas pretas (que custam bem menos que uma equipe de comunicação), vou invocar forças místicas para garantir o sucesso nas urnas. A primeira coisa a fazer é ao invés de panfletos, distribuirei poções encantadas que garantem simpatia instantânea. Imagine só: o eleitor vai pegar na sua mão e, sem saber por quê, vai sentir uma vontade incontrolável de votar no meu candidato!
Debates
Debates? Para quê perder tempo com eles, quando posso criar um bonequinho de cera do adversário e resolver a questão com uns alfinetes bem colocados? E se der empate nas pesquisas, é só consultar a bola de cristal. Ela nunca mente – diferente das promessas de campanha.
Zumbis
Sabe aquele cansaço de passar dias inteiros em caminhadas? Uma vassoura voadora resolve. E em vez de cabos eleitorais, por que não usar um pequeno exército de fantasmas ou, quem sabe, uns zumbis para colar seus cartazes pela cidade? Mais barato e sem o risco de reclamações trabalhistas.
No fim das contas, se feitiçaria prestasse em Valente iria dar empate.